Santana dos Montes - Minas Gerais
A Fazenda das Posses, situada à Santana dos Montes, possui tombamento estadual do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Fazenda da Posse, efetivado pelo decreto n º 16.965, de 30 de janeiro de 1975, e inscrito no Livro do Tombo II – de Belas Artes.
Estima-se que sua construção remeta ao final do século XVIII. A Fazenda possui traços da arquitetura rural mineira: é assombrada ? na parte frontal com uma varanda entalada por capela em uma das extremidades e um cômodo com entrada voltada para esta varanda na outra, utilizado para abrigar visitantes ou para armazenamento de materiais.
As dependências internas mantêm comunicação entre si, sobretudo os quartos, enquanto um corredor lateral de circulação garante a preservação da intimidade familiar. A cozinha e os demais espaços de serviço encontram-se dispostos em um volume anexo ao corpo principal, com acesso externo. A edificação assenta-se sobre alicerces de pedra, possuindo porão com fechamento externo em taipa de sebe.
Brumadinho - Minas Gerais
A Fazenda dos Martins, localizada em Brumadinho, Minas Gerais teve processo de tombamento efetivado pelo Decreto nº 18.531, de 2-6-1977, inscrito no Livro II, Livro do Tombo de Belas Artes.
A Fazenda apresenta varanda fronteira em balanço, trabalho de cantaria no pavimento térreo e o apuro ornamental no seu interior. O conjunto arquitetônico é formado pela casa-sede, pelos pátios frontal e posterior, curral de pedras, estábulo, vestígios de senzalas, roda d’água, usina, pomar e horta. Os pátios que circundam a casa-sede são delimitados por muros de pedra solta, construídos sem argamassa, utilizados até há poucas décadas como currais. O moinho de fubá e a antiga usina elétrica entraram em processo de degradação após a implantação da rede de energia elétrica na região. O pomar localiza-se em nível superior ao da casa, atualmente separado desta pela estrada, que foi levemente desviada, deixando de atravessar os pátios. Além disso, há vestígios de ruínas de outras construções desaparecidas, algumas identificadas também como senzalas.
A sede da Fazenda dos Martins apresenta planta retangular com cerca de 20 m x 15 m (aproximadamente 300 m² por pavimento). O térreo é composto por dois cômodos em alvenaria de pedra, com cunhais e vãos em blocos lavrados e aparelhados, enquanto o restante das paredes utiliza pedras “in natura”, ajustadas sem argamassa. O pavimento superior repete a simetria da planta, organizado por dois grandes salões nas extremidades, ligados por corredor central, ladeado por quatro quartos. As paredes, nesse nível, também são de pedra, porém revestidas, e as divisórias internas foram executadas em taipa de sebe. Os salões laterais possuem tetos em gamela, configurados como abóbadas facetadas, denotando a nobreza dos espaços. A casa apresenta duas varandas e abrigam a capela, na fachada frontal, e um depósito, na posterior.
Sarzedo - Minas Gerais
A fazenda do Engenho Seco foi inventariada em 1984 pelo IPAC/MG e como estava em avançado estado de degradação foi feito um dossiê para ser entregue à Itaminas, empresa vizinha, com solicitação de preservar o imóvel de sua propriedade.
A casa-sede apresenta partido em “L”, de um pavimento, com parte frontal ligeiramente elevada. Sua planta organiza-se segundo uma malha reticulada de três por três tramas longitudinais e transversais no corpo principal. A construção utiliza sistema estrutural autônomo em madeira, com vedações de pau a pique e adobe, posteriormente substituídas em alguns trechos por alvenaria de tijolos cerâmicos. As esquadrias são de madeira, com vergas retas, sem bandeiras, e ferragens em ferro. A cobertura é em quatro águas, com telhas cerâmicas curvas e beirais em cachorrada.
A setorização funcional da sede revela a disposição paralela das áreas sociais e íntimas, enquanto os espaços de serviço localizam-se nos fundos da edificação. Não foram identificadas fases distintas de ampliação ou reformas significativas. A fachada frontal, térrea, apresenta varanda centralizada que se prolonga até um cômodo lateral, com distribuição simétrica de vãos e acesso feito pelo centro da varanda, revelando a sobriedade típica da arquitetura rural mineira oitocentista.
CARVALHO, Elizabeth Sales de. Arquitetura rural na microrregião metropolitana de Belo Horizonte: investigação sobre tipologias arquitetônicas nos séculos XVIII e XIX. 2003. Dissertação (Mestrado) — Escola de Arquitetura, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.