O Rio Doce constitui o principal curso d’água de Santa Cruz do Escalvado. Ele se forma após o encontro dos rios Piranga e do Carmo, entre as cidades de Ponte Nova, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, no Estado de Minas Gerais. A Bacia Hidrográfica do rio Doce (BH-Doce), que compõe a região hidrográfica do Atlântico Sudeste, possui uma vazão média de 793,7 m³/s e abrange uma área de 86.715 km², o que equivale a 1,02% do país.
A bacia abrange o estados Minas Gerais, com 86% da área da bacia e Espírito Santo, com 14% da área da bacia. Ao todo são 228 municípios pertencentes à BH-Doce, destes 200 estão localizados no estado de Minas Gerais e 28 no estado do Espírito Santo. Esse total (228) corresponde a 4% do total de municípios brasileiros (5.570). O rio Doce nasce no Estado de Minas Gerais, nas serras da Mantiqueira (Ressaquinha) e do Espinhaço (Ouro Preto), e após um percurso de cerca de 850 km o curso d’água principal atinge a foz da bacia no oceano Atlântico, localizada no Povoado de Regência, Estado do Espírito Santo.
Ao longo da história, suas margens foram palco de atividades tradicionais, como a faiscação, prática de garimpo artesanal realizada desde o período colonial. Essa técnica utilizava a bateia – recipiente de boca larga e fundo cônico, confeccionado em madeira, metal ou plástico – para processar a mistura de areia, cascalho e minerais retirada dos leitos fluviais. Mediante movimentos circulares e contínuos, os faiscadores promoviam a separação do ouro e de outros metais de maior densidade, que se acumulavam no fundo do utensílio. A prática da faiscação no Rio Doce está diretamente vinculada à colonização portuguesa, tendo desempenhado papel relevante na ocupação inicial e na economia local de Santa Cruz do Escalvado e municípios vizinhos. Além disso, a pesca, outrora fundamental para a subsistência das populações ribeirinhas, permanece até hoje como prática recorrente, assumindo atualmente também um caráter de lazer.
Adiciona-se a sua importância material, o rio, também, possui uma dimensão simbólica para as comunidades religiosas locais : nas primeiras décadas dos anos 2000, suas águas serviram de espaço para a realização de batismos coletivos, reafirmando seu papel como elemento central na vida comunitária.
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