Feito com o próprio solo do terreno, previamente nivelado, compactado e alisado com ferramentas manuais, de modo a obter uma superfície firme e uniforme. Em terrenos de difícil coesão, adicionava-se argila e água para facilitar o apiloamento e aumentar a consistência da camada superficial. Com o objetivo de melhorar a durabilidade e a resistência, era comum incorporar à mistura cinza, cal, esterco, óleo vegetal e, em alguns casos, até sangue de boi, elementos que contribuíam para a impermeabilização e coesão do piso. Quando necessário, realizava-se também a colocação de uma camada de areia e pedregulhos na base, favorecendo a drenagem da umidade e evitando o acúmulo de água sob o solo compactado.
Os pisos de ladrilhos de barro cozido eram executados mediante o assentamento das peças sobre argamassa de terra, formando uma superfície firme e contínua. Os tijolos utilizados possuíam, em geral, formato retangular ou quadrado, moldados manualmente e queimados em fornos rústicos. Apesar de conferirem um aspecto agradável e natural aos ambientes, sua durabilidade era limitada, devido ao desgaste provocado pelo uso e pela porosidade do material. Na aplicação, os ladrilhos quadrados eram dispostos em fiadas contínuas, em padrão de xadrez, sem o uso de mata-juntas, enquanto os retangulares podiam ser assentados em espinha, resultando em composições visuais simples, porém harmônicas e típicas das construções coloniais.
O tabuado corrido era composto por tábuas largas de madeira de lei, encaixadas lateralmente e fixadas sobre barrotes ou vigas de sustentação. Utilizado sobretudo nos pavimentos superiores, esse sistema garantia leveza estrutural e isolamento térmico. As madeiras mais empregadas eram aroeira, peroba, vinhático e braúna, conhecidas pela resistência ao ataque de insetos. O acabamento, geralmente com óleo de mamona ou cera, conferia brilho e proteção ao piso.
Os tipos de assentamento eram : Junta seca ( Figura A) , Meia madeira ou meio fio (Figura B) e Macho e fêmea (Figura C).
Os lajeados consistiam em lajes de pedra — geralmente de arenito, gnaisse ou calcário — assentadas com argamassa de barro. Essas pedras podiam ser trabalhadas pelos canteiros apenas na face superior, responsável pelo nivelamento da superfície, ou também nas faces laterais, quando se desejava um melhor encaixe entre as peças. As lajes apresentavam, em média, espessura entre 5 e 10 centímetros, embora em casos específicos pudessem ser executadas com maior espessura, conforme as exigências estruturais da construção .
O piso de seixos rolados é feito com pedras arredondadas de rio assentadas sobre barro, formando mosaicos de inspiração mourisca. Exige apiloamento para maior durabilidade e pode apresentar desenhos geométricos como círculos, losangos e estrelas, usando pedras de cores diferentes.
É aplicado em áreas internas, pátios e vias públicas, variando o tamanho das pedras conforme o uso. Também conhecido como “calçada portuguesa” ou “pé de moleque”, pode incluir faixas de lajes (capistranas) e, em terrenos inclinados, costelas para conter a ação da água e reforçar o piso.
COLIN, Sílvio. Técnicas construtivas do período colonial – I. [S.l.]: Academia.edu, 1951. Disponível em: https://www.academia.edu/34159665/T%C3%A9cnicas_construtivas_do_per%C3%ADodo_colonial_I. Acesso em: 20/10/2025.
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