O município de Santa Cruz do Escalvado, localizado na Zona da Mata Mineira, integra a bacia do rio Doce e pertence à microrregião de Ponte Nova. Sua ocupação remonta ao período colonial, quando bandeirantes e sesmeiros avançaram para a região em na busca de locais para extração aurífera . O nome "Escalvado" deriva de uma formação montanhosa próxima, desprovida de vegetação no topo, que se tornou ponto de referência para os viajantes.
A ocupação do município foi inicialmente impulsionada pelo extrativismo aurífero e, em seguida, pelo cultivo do café e da cana-de-açúcar, dinâmica semelhante à observada em diversos municípios da Zona da Mata. Atualmente, embora a cafeicultura ainda se mantenha como principal vetor econômico, a canavicultura vem ganhando destaque em razão da expressiva produção local de cachaça. Entre as décadas de 1980 e 2000, a região chegou a abrigar diversas refinarias, hoje desativadas, mas ainda permanecem em atividade alguns exemplares de grande porte.
No contexto da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, em 1975 foi implantado o PLANALSUCAR (Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-Açúcar), com a criação da Estação Experimental de Cana-de-Açúcar em Ponte Nova, atualmente inserida no município de Oratórios-MG. A unidade, posteriormente denominada Estação Regional da Zona da Mata Mineira (ERZON) e, mais tarde, Coordenadoria Regional Centro (COCEN), chegou a ter abrangência nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Com a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), em 1990 parte do acervo técnico e patrimonial do PLANALSUCAR foi incorporado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O município foi oficialmente emancipado em 1948 pela Lei nº 336, de 27 de dezembro de 1948, desmembrando-se do município de Ponte Nova. Com uma população estimada em 4.728 habitantes em 2025, Santa Cruz do Escalvado ocupa uma área de 258,726 km², apresentando uma densidade demográfica de 18,06 habitantes por km². A economia local é diversificada, com destaque para a administração pública, que representa 35,6% do Produto Interno Bruto (PIB), seguida pela indústria (27,3%), serviços (20,4%) e agropecuária (16,7%).
O município também foi afetado pela tragédia do rompimento da Barragem de Fundão (Mariana, 2015), que impactou diretamente o distrito de São Sebastião do Soberbo, destruído pela lama, e gerou consequências socioambientais e econômicas profundas na região.
Em 2002, os arquivos do município foram destruídos por graves enchentes. Os poucos registros encontrados advém do Arquivo Público de Ponte Nova e de documentações remanentes na Igreja Matriz de Santa Cruz do Escalvado.
IBGE
LIVRO chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.santacruzdoescalvado.mg.gov.br/wp-content/uploads/2023/03/livro-historia-da-cidade.pdf
RIDESA / UFV. Histórico. Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar — PMGCA. Universidade Federal de Viçosa, [s. d.]. Disponível em: https://www.ridesaufv.com.br/historico. Acesso em: 01 out. 2025.